Arruinamento e regeneraí§í£o do espaí§o edificado na metrópole do século XXI: o caso de Lisboa

Resumo

Ruínas e espaí§os abandonados sí£o presení§as ubíquas nas cidades contemporí¢neas. Talvez por serem considerados elementos indesejados e anómalos, sí£o um tema pouco tratado nos estudos urbanos. Neste artigo, trabalha-se em vista a uma teoria da ru ína urbana moderna. Tomando por referíªncia o caso da área metropolitana de Lisboa (Portugal), sustenta-se que os abandonos e arruinamentos sí£o parte integrante da mutabilidade das formas urbanas imposta pelo progresso e que a aceleraí§í£o do tempo na modernidade, ao radicalizar o obsolescimento dos objetos, intensifica esses processos. Abandonos e arruinamentos tendem a ser mais súbitos e aleatórios, irrompendo no tecido urbano de forma caótica e fractal, tanto em espaí§os centrais como nas periferias. Demonstra-se, por fim, que as políticas de regeneraí§í£o urbana estí£o a favorecer o reinvestimento nas áreas centrais, embora de forma seletiva, e que se assiste a uma tendíªncia recente de periferizaí§í£o dos arruinamentos.